Aos olhos de muitos de nós, portugueses, a nossa industria automóvel é resumida a uma, talvez duas marcas de pequeno ou médio sucesso. A realidade é que a nossa industria é quase tão antiga quanto o automóvel em si. Hoje, o primeiro carro realmente produzido em série em Portugal, o Portaro!
A Portaro teve o seu início em 1976, quando Hipólito Pires negociou com a empresa romena, Aro, a aquisição de vários chassis montados em Portugal.
A intenção da Portaro era preencher as necessidades do típico comprador de todo-o-terreno da época, e fê-lo aliando a robustez e economia.
A carroçaria era em chapa de aço com elementos intermutáveis, dando efâse à pintura anticorrosiva de forma a aguentar os climas mais severos.
Em termos de motorização, usava motores Daihatsu para os modelos Diesel e motor Volvo para a versão a Gasolina, motores conhecidos pela sua fiabilidade.
Em termos de conforto, o Portaro estava bastante acima da média dos todo-o-terrenos disponíveis no mercado. O Portaro dispunha de suspensão independente frontal e amortecedores a gás, assim como um habitáculo de boa qualidade.
Catálogo Internacional da Portaro
O Portaro viria mesmo a ser produzido em série, o primeiro automóvel nacional a fazê-lo.
Depois de tantas tentativas ao longo das décadas, e tanto investimento em prol do automóvel nacional, Hipólito Pires seria mesmo o primeiro português a atingi-lo.
Dispondo de uma forte estrutura empresarial e uma qualidade acima da média face à concorrência, a Portaro viria a participar no Rally Paris-Dakar em 1983, trazendo para Portugal um bastante merecido décimo lugar. Esta vitória só viria a projectar a marca para expandir além-fronteiras, marcando o que seria dominado de “a indústria portuguesa à conquista da Europa”.
Catálogo Internacional da Portaro
Realmente, a Portaro havia conquistado o seu lugar no mercado Nacional e Europeu, mas o seu reinado não seria único… Uma marca surgiria para tomar o seu lugar, uma tal de UMM…